A identificação de fatores que predizem dificuldades acadêmicas durante o ensino primário deverá ajudar a informar os esforços para ajudar crianças que possam estar em risco. Novas pesquisas sugerem que as funções executivas das crianças podem ser um fator de risco particularmente importante para tais dificuldades.
Universidade Estadual da Pensilvânia - Tradução: Equipe Alfabetização Diária.
A identificação de fatores que predizem dificuldades acadêmicas nas séries primárias deverá ajudar a informar os esforços para ajudar crianças que possam estar em risco. Uma nova pesquisa da Universidade estadual da Pensilvânia sugere que as funções executivas das crianças podem ser um fator de risco particularmente importante para tais dificuldades.
As descobertas preliminares de um projeto de três anos financiado pela Fundação Nacional de Ciências, publicado recentemente na revista Child Development, mostram que as funções executivas no jardim de infância predizem o desempenho das crianças em matemática, leitura e ciências, bem como o seu comportamento em sala de aula, na segunda série. Um segundo estudo do projeto, publicado recentemente na revista acadêmica Early Childhood Research Quarterly, conclui que os déficits nas funções executivas aumentam o risco de experimentar dificuldades acadêmicas repetidas em matemática, leitura e ciências do primeiro ao terceiro ano. A Fundação Nacional de Ciências também destaca as descobertas em suas Notícias de descoberta.
De acordo com o investigador principal Paul Morgan, Harry e Marion Eberly Fellow, professor de educação e demografia e diretor do Centro para disparidades educacionais, as funções executivas são um conjunto de processos cognitivos que facilitam as habilidades das crianças para planejar, resolver problemas, e controlar impulsos. “A nossa investigação mostra que os déficits nas funções executivas aumentam o risco de dificuldades acadêmicas repetidas ao longo do tempo, sugerindo que estes déficits podem ser um alvo especialmente promissor dos esforços de intervenção precoce”.
Esta pesquisa é importante porque poucos estudos anteriores examinaram os fatores de risco para dificuldades acadêmicas repetidas durante o ensino fundamental.
"Dos poucos estudos longitudinais disponíveis, a maioria concentrou-se na identificação de fatores de risco para dificuldades repetidas em matemática", disse Morgan. “Os fatores de risco para dificuldades repetidas na leitura e nas ciências têm sido menos claros, assim como quais tipos específicos de funções executivas são os fatores de risco mais fortes para tais dificuldades”. Também não está claro se os riscos atribuíveis aos déficits nas funções executivas podem ser explicados por outros fatores.
Para o primeiro estudo, Morgan e sua equipe de pesquisa analisaram um corte longitudinal e representativo nacionalmente de cerca de 9.000 crianças do jardim de infância que foram acompanhadas até o final da segunda série.
Os investigadores descobriram que as crianças do jardim de infância com melhores funções executivas apresentavam maior desempenho em leitura, matemática e ciências, bem como menos comportamentos problemáticos de externalização e internalização na segunda série, mesmo depois de controlar o desempenho e comportamento anteriores, bem como fatores sociodemográficos, como gênero, idade, situação de deficiência e situação econômica familiar.
No segundo estudo, os investigadores analisaram mais uma vez dados de cerca de 11.000 crianças que foram acompanhadas desde o jardim de infância até o terceiro ano.
“O primeiro estudo analisou a relação entre as funções executivas das crianças e os desempenhos acadêmicos e do comportamento de forma mais geral, enquanto o segundo estudo se concentrou mais nas crianças em risco”, explicou Morgan.
"Especificamente, no segundo estudo examinamos se os déficits nas funções executivas funcionavam como um tipo de 'gargalo' para a aprendizagem, como sugerido pelo risco aumentado de dificuldades acadêmicas repetidas para crianças com déficits nas funções executivas e com base nesses dados observacionais."
Apesar dos controles relativos ao desempenho anterior, incluindo em vários domínios, bem como às características sociodemográficas, ter déficits nas funções executivas no jardim de infância aumentou consistentemente o risco de as crianças terem dificuldades acadêmicas repetidas ao longo do ensino primário.
Os riscos de déficits de memória de trabalho ou de dificuldades na utilização e manipulação de novas informações eram especialmente fortes. Os investigadores descobriram que as probabilidades de as crianças do jardim de infância com déficits de memória de trabalho terem dificuldades acadêmicas repetidas eram cerca de três a cinco vezes maiores do que as crianças sem déficits de memória de trabalho, controlando se as crianças tinham outros tipos de déficits em funções executivas, desempenho anterior e linguagem oral, capacidade e características sociodemográficas, incluindo os recursos econômicos da família.
"Nosso estudo também fornece evidências sugestivas de que dificuldades acadêmicas repetidas podem ser o resultado de deficiências cognitivas subjacentes, e não apenas da falta de aquisição de habilidades básicas", disse Morgan.
As descobertas podem ajudar a informar a concepção e a execução de intervenções avaliadas experimentalmente, especialmente para aqueles que correm o risco de ter dificuldades acadêmicas durante o ensino fundamental.
"As crianças que já enfrentam dificuldades acadêmicas repetidas durante o ensino primário provavelmente continuarão a ter dificuldades na escola à medida que envelhecem. Deveríamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudar estas crianças no início das suas carreiras escolares", disse Morgan.
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Até o próximo Artigo.
Referências
Paul L. Morgan, George Farkas, Yangyang Wang, Marianne M. Hillemeier, Yoonkyung Oh, Steve Maczuga. Executive function deficits in kindergarten predict repeated academic difficulties across elementary school. Early Childhood Research Quarterly, 2018.
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