Um assunto badalado nos círculos familiares ou nas escolas é a disciplina e a rotina, é consenso na educação infantil que você não faz nada sem essas duas coisas minimamente desenvolvidas. Acredito nisso também, mas vou além, você não ensina nada para uma criança sem a verdade.
Depois de alguns filhos e muitos anos nessa aventura de educar crianças, hoje, para mim, é muito claro que as crianças são simples por natureza e só obedecem àquilo que está baseado na verdade. Não estou usando o termo simples como sinônimo de simplista, mas sim no sentido de ser completo, de dar importância ao que realmente importa.
Esta é a criança de verdade, aquela que só se importa com o que realmente é importante, sem abstrações e sem fugas da realidade, sua atenção é voltada para o que é fundamental na vida, por isso elas são exímias aprendizes, aprendem tudo muito rápido.
Um assunto muito badalado nos círculos familiares ou até mesmo nas instituições de ensino é a disciplina e a rotina, é consenso na educação infantil que você não faz nada sem essas duas coisas bem desenvolvidas. Acredito nisso também, sem estabelecer uma boa rotina e, por consequência, uma disciplina mínima é muito difícil conseguir ensinar alguma coisa para uma criança.
Porém, vou um pouco mais longe nesse debate: você só consegue ensinar alguma coisa para uma criança se sua educação for baseada na verdade. Elas só se importam com o que é simples, objetivo e verdadeiro.
Não foi à toa que Jesus disse que o Reino do Céu pertence às criancinhas, que para entrarmos nesse reino devemos ser como elas. Sem entrar em discussões teológicas aqui, pois não é o caso, mas o sentido último dessa afirmação de Nosso Senhor é que precisamos ter essa capacidade de enxergar a verdade, capacidade esta que as crianças têm quase que naturalmente.
Um exemplo prático e simples sobre essa relação das crianças com a verdade é quando nós falamos com elas. Pode reparar, se você fala com seus filhos e não cumpre suas palavras, se as suas palavras de alguma forma não “alteram” a realidade, ou seja, se aquilo que você fala não tem influência direta com a realidade, sinto muito, mas seus filhos não vão te obedecer.
Isto ocorre não porque as crianças são indisciplinadas ou porque sua rotina está desorganizada, mas sim porque elas percebem que falta veracidade naquilo que você fala.
Há alguns anos um dos meus filhos, o José, com 3 anos na época, estava dando trabalho para dormir, ele criou o hábito de vir dormir na minha cama, eu o colocava no seu quarto, mas de madrugada, quando ele percebia que não estava conosco, acordava chorando e ao andar no escuro trombava nas portas e paredes do corredor, com isso, acabava acordando as outras crianças e todo mundo na casa.
Falei com minha esposa sobre a necessidade de voltar a criar o hábito de colocá-lo para dormir sozinho, pois ele já dormia no seu quarto e voltou a procurar os pais durante a noite, alguma coisa antes do sono estava desajustada.
Veja, esse era um problema de rotina e o que tem a ver com a veracidade das nossas palavras? Acompanha o raciocínio que você verá a relação.
Então, como eu resolvi esse problema do José em relação ao sono e ao hábito de dormir no seu próprio quarto? Muito simples, durante 2 semanas consecutivas eu o coloquei para dormir no seu quarto sempre no mesmo horário e sempre repetindo as mesmas coisas e, como em um passo de mágica, ele voltou a dormir a noite inteira e parou de acordar durante a noite.
No fundo foi muito simples. Claro, exigiu um esforço da minha parte pois eu não sou muito disciplinado com horários. Mas o que eu fiz que mudou esse mal hábito do José que já estava prejudicando a família inteira?
Todos os dias, depois do jantar, eu escovava os seus dentes, colocava ele e os irmãos na cama, fazia uma oração, dava boa noite e dizia que era a hora de dormir.
Nos primeiros dias não passava 5 minutos e o José já estava saindo do quarto, eu voltava, pegava-o pelas mãos e encaminhava-o para a cama novamente dizendo que já era a hora de dormir, fiz isso várias vezes, o tanto que foi necessário, com o passar dos dias o número de vezes que ele saia do quarto foi diminuindo até o ponto que cessou, chegou um momento que ele percebeu que aquilo que eu estava dizendo tinha um impacto na realidade concreta, ou seja, a hora de dormir era hora de dormir e não de fazer outra coisa ou ir para a cama dos pais.
Não dei explicações, não fiquei falando para ele a importância de ter boas horas de sono ou que ele tinha que me obedecer, só coloquei ele na cama e disse “é hora de dormir”, em poucos dias e algumas repetições ele percebeu e começou a obedecer, depois disso criou o hábito e o seu comportamento foi corrigido.
Por que isso é importante para a educação? Porque tudo na educação infantil é baseado nesse peso das nossas palavras, quando se trata de crianças nenhuma palavra pode ser desperdiçada, as crianças têm uma “maquininha” de identificar a verdade naquilo que estamos dizendo.
Claro, a rotina foi importante para esse caso que relatei, mas sem a veracidade daquilo que eu estava dizendo a rotina pouco importava. No fundo o José observou que aquilo que eu dizia - “é hora de dormir” - era uma verdade inevitável, pois eu acreditava naquilo e não estava fazendo só por fazer.
Enfim, para tudo na vida e principalmente na educação infantil a verdade das nossas palavras e a coerência delas com as nossas ações importam, e para as crianças é só isso o que importa. Se você está pensando em educar seus filhos ou qualquer criança, tenha isso em mente. Eu estou comprometido com a verdade daquilo que faço e acredito? Se você tiver com um pingo de dúvida a criança vai perceber e suas palavras não terão peso para elas.
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Até o próximo artigo.
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